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Como foi fazer a sondagens sobre aborto em Antônio Pereira: o que aprendi





Fazer uma sondagem em uma comunidade sobre um tema tão sensível como o aborto pode ser desafiador e interessante ao mesmo tempo. Durante a coleta de dados em Antônio Pereira, busquei não interferir nas opiniões das pessoas, evitando qualquer viés na pesquisa. Cada resposta era valiosa e necessária para compreender as perspectivas da comunidade.


Um dos desafios foi ouvir as justificativas das pessoas, especialmente quando se tratava do motivo do estupro. Algumas pessoas afirmavam que as jovens eram responsáveis pela violência que sofriam, uma senhora alegou que as jovens de hoje estavam "muito empoderadas" me deixou perplexo. Tentar desconstruir essas ideias equivocadas foi uma tarefa árdua, mas essencial.


O resultado da pesquisa revelou contradições interessantes. Por um lado, as respostas dos formulários estavam acima de 50% para todas as perguntas, mas, por outro lado, as pessoas pareciam incapazes de confrontar seus próprios preconceitos. Parecia que as pessoas ativavam um "cérebro racional" ao responder às pesquisas, mas ao falar espontaneamente, revelavam opiniões que iam contra suas próprias respostas.


A questão do aborto é profundamente influenciada pela religião e pelo autoritarismo no Brasil. Grupos neopentecostais e Bolsonaro têm propagado ideias controversas sobre o assunto, desviando o foco da questão central, que é a liberdade da mulher de decidir sobre seu próprio corpo.


A pesquisa mostrou que a população de Antônio Pereira está consciente da questão do aborto, mas também destacou a persistência de pensamentos machistas na comunidade. Foi surpreendente e preocupante perceber que algumas das justificativas mais problemáticas vieram de mulheres. Isso evidencia a crueldade do machismo e misoginia, e revela a necessidade urgente de desconstruir esses pensamentos em nossa sociedade.


A discussão sobre o aborto é complexa e frequentemente permeada por visões machistas. As mulheres são injustamente responsabilizadas por acontecimentos como o estupro, e é crucial promover um diálogo consciente e inclusivo sobre essas questões. O Brasil, como um país religioso e autoritário, ainda enfrenta desafios em relação à sua própria liberdade.


A pesquisa em Antônio Pereira foi um mergulho profundo nas visões e preconceitos da comunidade em relação ao aborto. Revelou tanto o progresso quanto os desafios que a sociedade enfrenta para desconstruir ideias machistas arraigadas e permitir que as mulheres tenham o direito à autodeterminação de seus corpos. É uma jornada complexa, mas necessária para promover uma sociedade mais equitativa e justa para todos.



 

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Jorge Guerra Pires é autor dos livros sobre política e inteligência artificial: "Desinformação, infodemia, discurso de ódio, e fake news", "Inteligência Artificial e Democracia", e "Ciência para não cientistas".



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