Nas eleições municipais, a legislação determina que os partidos políticos, federações e coligações devem preencher o mínimo de 30% e o máximo de 70% das candidaturas com representantes de cada gênero. Essa regra se aplica aos pleitos proporcionais, como a Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmaras Legislativas do Distrito Federal. Portanto, é uma medida para promover maior participação feminina na política e evitar candidaturas fictícias (“laranjas”).12
Além disso, o nome de urna dos candidatos deve ter no máximo 30 caracteres, incluindo espaços, e não pode ser ofensivo ou ridículo. Essas regras visam garantir a transparência e a igualdade de oportunidades nas eleições.1
Encaminharam para mim a postagem abaixo, referente a essa postagem. Gostaria de responder. Não sei quem comentou, mas achei importante responder. Prefiro nem saber, mas acho importante responder.
Primeiramente, esse é o discurso meritocrático, que menciono no meu livro "A armadilha da meritocracia". Ou seja, esse é um discurso largamente discutido, e largamente rebatido, ver meu livro. Vou fazer uma resposta geral. Esse discurso prega que todos temos uma chance, que somos todos iguais. Falso, os números mostram o oposto. Mulheres mesmo na mesma posição ganham menos. Homens possuem uma probabilidade muito maior de serem promovidos para cargos de alto poder. Isso dentro das empresas, onde a meritocracia faz sentido. Não na democracia. Meritocracia e democracia são duas coisas diferentes.
No Brasil, uma pessoa pode precisar de até 11 gerações para subir de classe, dentro do discurso meritocrático. Todos os estudos mostram que meritocracia tem mais a ver com educação, formal, e cara, do que competência. As suas chances de sucesso têm mais a ver com dinheiro de família, e cor da pele, do que realmente competência. Historicamente, grandes nomes eram pessoas pobres. Aqui um exemplo que escrevi sobre. Uma mocinha sem internet, filha de pobre, passou com nota máxima do ENEM. Já havia desistido antes devido à pobreza da família da faculdade. Uma vaguinha virtual arrecadou o dinheiro para ela. Isso é a meritocracia? mais uma máscara para pessoas de elite permanecerem no poder. Uma forma da elite dormi bem a noite, deixando restante na miséria. Não, a meritocracia não funciona, tem uma armadilha. O que muitas pessoas esquecem é que: seu sucesso tem mais a ver com onde nasceu, homem ou mulher, branco ou preto, do que realmente seu mérito. Mesmo o mérito é distorcido. Quem merece mais, um professor de ensino básico ou um político? quem ganha mais? o que faz um especulador da bolsa de valores? já viu quantos eles ganham para fazer basicamente nada para a sociedade. A meritocracia falhou, não funciona.
Historicamente, as mulheres foram proibidas por lei de frequentarem universidades, estudarem, e mais. Se houve políticas de estado para as deixarem fora do poder, por que não pode haver agora política de reparação?
Quem ganhou dois Nobels, a única pessoa? uma mulher! Quem foi seis vezes a melhor do mundo? uma mulher! Poderia continuar. Mesmo com todas as barreiras que lhe foram colocadas, elas triunfaram nas ciências e em outras áreas.
A pessoa fala como se a política andasse de boas. Eu realmente me pergunto onde essas pessoas achou tantas qualidades nos nossos políticos atuais para listar. Esse padrão de exigir perfeição das mulheres é uma forma típica de manter a desigualmente de poder. Os políticos levaram 30 anos para aprovar a reforma tributária, estão aprovando leis para afrouxar as leis ambientais mesmo depois das mortes em Santa Catarina. Já foi comprovado, mulheres tendem a tomarem decisões para proteger a vida.
Outro ponto: nosso sistema político perpetua as pessoas no poder. Ver nossa enquete: Leitoa lidera a intenção de votos. Diferente de presidentes, esses cargos secundários não possuem limites de reeleição. Ou seja, uma vez que um homem for eleito, ele vai se perpetuar no poder.
A pessoa fala de ter experiência. Renovação na política é necessário, ou seja, é de se esperar que a pessoa nunca tenha legislado antes, nesse processo de renovação. Soraya Thronicke entrou nessa onda, de renovação, ela era advogada. Vamos lembrar que nossa enquete não somente mostrou o apoio do eleitorado às mulheres, com também apareceu pessoas pedido novos candidatos. Renovação.
O que poucos pensam: a expulsão das mulheres da política não somente as expulsa, como cria um ambiente tóxico, que não consegue lidar com as diferenças, com divergências, um ambiente de muito testosterona (marca do fascismo, de regimes militares). Um ambiente fascista. Eu nunca gostaria de ficar em um ambiente desse, mesmo sendo homem. O machismo vai além de excluir as mulheres, exclui também os homens. Basicamente, todos os políticos que admiro e respeito são mulheres. A política sem elas para mim seria pior. Eu vejo a democracia mais como uma mulher do que um homem. A democracia é gentil, como as mulheres que lideram com violência a vida toda, ela precisa saber lidar com o diferente, com o divergente. A democracia precisa da mulher, como a mulher precisa da democracia.
Um dos maiores especialistas em meritocracia fala ao Roda Vida
Ele aponta vários problemas, entre eles a cresça que as pessoas que falharam, somente tem elas para culparem. Claro, isso é falso.
Estudiosa fala como mulheres são excluídas da sociedade, quando cruzam fronteiras criadas por homens
"Um mundo que recompensa somente um tipo de pessoa, é bastante imperfeito, é limitado, para todos" Rebecca Samarasinghe Perrault
Conheça o caso Hillary. A democracia como meritocracia não funciona.
Conheça a história de Milunka Savić, mulher que entrou para o exército vestida de homem. Recebeu tantas honrarias que ficou conhecida com "a dama da noite".
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Jorge Guerra Pires é autor dos livros sobre política e inteligência artificial: "Desinformação, infodemia, discurso de ódio, e fake news", "Inteligência Artificial e Democracia", e "Ciência para não cientistas".
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